13.4.11

kierkegaard, abraça-me

não poderei recusar as ofertas dos dias, das noites, dos tristes cansaços. o amigo veio, como quem nada quer & me fisgou para confidenciar dramas amorosos. no tal desabafo alheio eu buscava uma distração, liquidez em forma de gente que não molha, malha meu ânimo, sem sucesso. outro fato foi perceber os cigarros esquecidos enquanto eu fuçava a bolsa, como quem fuça a vida, como quem fuça demais & nada encontra, além, no caso. perdi-me sem perceber o outro diante da escuridão da sala, onde a professora, possivelmente tola, exibia uma filme sobre adolescentes, o tema: autocracia. agora sei que os meus 27 anos não permitem paciência gratuita. foquei meu retorno ao lar, em silêncio, ousando propagar minha revolta às moléculas de ar & aos conhecidos que eu jamais deveria ter visto. preciso me debruçar nas obras de kierkegaard o quanto antes, meu deus.

5 comentários:

  1. Conheço pouco da obra de Kierkegaard, mas muito me interessa a fenomenologia. É um recorte interessantíssimo da metafísica, que é muito ampla e às vezes parece tão perdida.

    Kierkegaard é ousado ao criticar a postura fenomenológica vigente até então, ao apresentar tantos outros conceitos que ninguém, até então, havia considerado nestes estudos.

    Pois bem, teu texto já é kierkegaardiano. Você diz que precisa se debruçar nas obras dele, mas já está imerso nestes conceitos. Você só quer sistematizar os fenômenos, pois já vive neles.

    Parabéns pelo texto ôntico (sejamos coerentes, haha). Kierkegaard está honrado :)

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  2. Adoro Kierkegaard. Gosto muito da sua maneira de expressar, parecendo um diário íntimo e sombrio, o desespero humano é o que nos diferencia afinal.

    um grande beijo

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  3. Antônio,
    eu que agradeço pela sua visita :)


    apareça!
    és bem vindo.

    beijos!

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  4. Hoje tentarei ver dançando no escuro. Ontem fora tão bom reverti e a M and L. Passar aquele tempo sós, conversando, apenas, trocando informações poucas, mas que significiam. E o teu texto as vezes falou por mim. Beijos!

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