a expectativa continua aqui, gritando, pois o meu Salão Chinês é sobre:
a solidão,
as reflexões de apartamento,
os excessos da vida e da noite,
as influências das personas que cruzam o seu caminho,
os amores que não deram certo,
e a esperança de dias melhores.
o livro é uma colcha de retalhos onde eu misturo prosa, poesia, diário, conto, fragmento, relato, verdades e mentiras.
quem escreveu a apresentação do livro foi o maravilhoso tadeu sarmento, meu grande divo que captou como ninguém a essência da coisa em si.
as datas exatas, tanto do lançamento quanto da festa de comemoração, divulgarei aqui mesmo.
abaixo, uma foto que o sweetheart fellipe fernandes fez quando recebeu o livro por e-mail.
30.3.14
28.3.14
O LIVRO
queridos do coração,
é com uma alegria imensa que informo a vocês que o meu livro, Salão Chinês, vai ser lançado (finalmente) em abril pela editora patuá.
foram dois anos de muito trabalho, ansiedade, noites sem dormir, crises existenciais e muito drama.
informarei o quanto antes as datas da pré-venda e da festa de lançamento.
abaixo, alguns teasers do que está por vir.
é com uma alegria imensa que informo a vocês que o meu livro, Salão Chinês, vai ser lançado (finalmente) em abril pela editora patuá.
foram dois anos de muito trabalho, ansiedade, noites sem dormir, crises existenciais e muito drama.
informarei o quanto antes as datas da pré-venda e da festa de lançamento.
abaixo, alguns teasers do que está por vir.
25.3.14
EU QUIS FOTOGRAFAR O DIA
dia
22:
hoje,
literalmente, eu quis fotografar o dia.
registrar
no limbo de 40 graus toda a desestrutura em nós, cidades, versus minha
sobrancelha arqueada de tédio.
pois
tudo o que eu vi foi:
um
camelô (boy magia) sem camisa cantando (ironicamente) uma canção de amor;
uma
mulher vendendo quentinha à R$5,00 sob o sol escaldante;
lindos
jovens magros, estilosos, tatuados e dispersos;
minha
tristeza pela conta do meu celular que veio caríssima;
interrupções
constantes quando eu deveria falar sobre mim e sobre o que sinto;
um
homem com o nariz perfeito, porém aparentando menos de 1.60 de altura;
fotografia
de dois quadros banais no restaurante;
uma
brincadeira com meus alunos adolescentes sobre qual celebridade é você;
uma
visita inesperada;
gritaria
desnecessária,
algumas
latas de kaiser e duas heinekens;
o
cansaço que me impossibilitou de sair na noite;
e-mail
escrito e respondido com planos paradisíacos para agosto,
carteira
de cigarros vazia;
drama
(que simplesmente acontece);
e
o mundo girando e girando, quando, eu deveria me concentrar no meu mundinho.
p.s.
preciso urgentemente de um novo plano de sobrevivência antes que eu me afunde
neste mar de marasmo e ausência de orgasmos.
20.3.14
MORRO DE INVEJA
gente linda e querida,
pela primeira vez na vida, resolvi fazer um vídeo onde leio um poema meu
cujo título é "morro de inveja". na verdade, eu queria tanto 'me filmar'
que acabei escrevendo o texto na hora.
cujo título é "morro de inveja". na verdade, eu queria tanto 'me filmar'
que acabei escrevendo o texto na hora.
eu e meu eterno gosto pelo fugaz. espero que gostem, amem e compartilhem.
risos.
16.3.14
DIÁRIO, DIA 15, QUASE MADRUGADA
Preciso
muito registrar a máscara fugaz da (minha) vida (olha que audácia); os sonhos –
numa espécie de exercício à queima roupa, quase vingativo, contra a rebelião
dos espectros (e das rugas).
Eu
me tranco no apartamento e encaro as paredes do quarto. Interpreto Cinderela
aflita, tão loura, opaca e obtusa.
Perco
então o fio da meada. O relato doméstico se transforma num discurso impulsivo
de virginiano. Adoro o drama e não nego.
Ou:
você riu do meu coração estremecendo em
pleno calor insuportável dos trópicos.
14.3.14
DIA 13
não suma, não sofra, não espere ligação no dia seguinte, não force a barra, não mate, nem morra.
12.3.14
EXTRAVASANDO
Esses dias saiu um texto meu no Ornitorrinco, que é onde você lê muita coisa bacana na internet. Eu, por exemplo, resolvi escrever sobre a raiva, e as máscaras que a gente insiste em usar.
Clique AQUI e leia.
5.3.14
LITTLE MONSTROS
Nada
de “mais amor, por favor”, pois as
pessoas, na verdade, não querem o amor. Elas confundem esse sentimento com
alguma outra coisa. Elas não reconhecem as leis do feedback. Elas se acorrentam
a um estranho fenômeno de que o amor é um raio que, do nada, cai sobre a sua
cabeça. E então é estranho pensar que uns, mas não outros, merecem todo o amor
do mundo? E se você, careta, chora ao travesseiro, devastado por tanta
desordem, caos, mundo-cão; deve então prosseguir ou desistir? Por aí, a ilusão
dos olhos e dos corpos é o que dita regrinha. Mas eu não vou me rebelar, nem
concretizar a parafernália da noite, das sortes, dos erros, da incrível
injustiça que nunca será incrível – enquanto nos desmanchamos ainda mais no
jogo onde todos nós sabemos como agir, mas que nem sequer movemos uma palha. Outra
vez eu tive a certeza, outra vez o mundo parou de girar por dois milésimos de
segundo, outra vez me deparei com um enorme buraco no espaço; pois ao se
aproximar de um objeto é que você enxerga seus detalhes e falhas. A consciência
de que estou sozinho no apartamento e eu me basto. Triste fato ou, quem sabe,
uma “compensação babadeira que vez e outra a gente se apodera pra tentar levar
a vida”? De hoje em diante eu não quero julgar ninguém. Os atos falam por si.
Mas continuo me revoltando e fechando a cara pra você que não sabe ouvir. Já
perdi a conta das vezes em que eu, pobre mortal, quis chorar minhas pitangas e
tudo o que as pessoas mais próximas queriam era: a) narrar a mais recente foda;
b) falar sobre o quanto são relevantes nessa sociedade de merda; c) pedir
conselhos sobre crises amorosas e etc, etc, etc. O lance é simplesmente esse:
saiba ouvir. Egocentrismo é um tiro no próprio cu. É terrível essa constatação
de que todos somos monstros cagados na indiferença. E na quarta-feira de cinzas
eu não sofro as consequências da ressaca ou do carnaval que eu não dancei. É o
lance dos dois lados da moeda. O meu direito a uma revolta doméstica de vez em
quando.
Leiamos
com atenção um poema do Drummond que resume melhor tudo o que eu tentei dizer:
Os ombros suportam o
mundo
Chega
um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
4.3.14
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