6.1.15

POBRECITA

Eu estava no limbo
dos que marcam a pele com um jeans surrado,
aquele mal amado que você guarda na gaveta,
cheiro de pó e cristal
e fuligem que remete à sobra dos pratos,
nenhum molho rosé,
nenhum croquete delicioso,
nem garçom moreno musculoso sob o terno;
Eu só queria me desfazer do limbo,
rolar na areia dos sri-lankos
e me desgrudar da parede num poster,
nada de lágrimas por favor
pois me chamaram de pobrecita
quando ousei abrir a boca.

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